quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Grande, Grande Areia


Praia, calor sol...Gente bonita, gente feia, pobres, ricos. Todos se misturando em um único ambiente, dividindo as mesmas coisas. O mesmo ar úmido, a mesma areia quente e o mesmo mar salgado onde as criancinhas fazem xixizinho!
É verdade, já parou pra pensar nisso? Um lugar onde acaba se tornando uma "verdadeira democracia".
Flávia Lins e Silva e Daniela Kallman, diretores do documentário Faixa de Areia. Atrai diferentes pontos de vistas.
Quando é questionado o valor da praia, o que elas representam para os banhistas, há milhares de respostas. Entretanto, sempre com uma ligação, com um dos seus.
Os menininhos que são do subúrbio, falam que a praia é importante pra eles porque "é onde a gente pega mulher". Outros reclamam da falta de igualdade que existem no Brasil. Enquanto uma está caminhando sobre o calçadão de Copacabana, a outra está deitada no chão do Piscinão com uma cambada de filhos, netos, fazendo um churrasquinho na areia. “E quem tiver afim, chega junto que tem pra todo mundo.”
Tem também, e em toda praia. Pode ser os playboyzinhos, as patricinhas, ou suburbanos vão exclusivamente pra paquerar, ser paquerado. Há muitos casais formados através das praias. Uma xavecada de um, um charminho do outro lado, e pronto. Casais que formaram famílias, e estão ai. Trabalhando na praia, pagando estudos dos filhos vendendo quitutes.
A muito se diz também, que a praia é uma democracia. Onde, você senta do lado de um bilionário, ou de um favelado. A água, areia tudo está ali, pro uso dos banhistas. Vai quem quer. Não tem uma carteirinha de sócio. E só pode entrar quem tem. Não, ela está ai, pra fazer o divertimento. Independente de quem esteja lá.
Entretanto, no documentário, uma mulher elogia a praia do Flamengo, diz que é um lugar tranqüilo. E deixa explícito que “incomodaria sim" se viesse um ônibus do subúrbio e parasse ali. A moça reclama que seria ruim dividir o espaço com gente que não tem educação, criança que corre jogando areia pra todo lado. E ainda finaliza dizendo "não tem o piscinão de Ramos? Por que eles não vão para lá?”.
De maneira sutil, sem esbarrar no clichê hipócrita e politicamente correto do ”rico opressor x massa trabalhadora oprimida e discriminada” vamos embarcar nessa história pra saber.
Será que a praia é um ambiente democrático?
Como a moça já disse, é melhor que eles fiquem longe. O mais longe possível. Onde a população rica, não aceita os hábitos da população inferior.
Mesmo que na praia, seja um ambiente livre. E vão com o mesmo propósito de comer, beber, rir, paquerar, fazer sarau, caminhar. Ricos e pobres.
Iludem-se quem acha que Copacabana por ter a fama da praia mais bonita e com mais turistas não há momentos de pânicos. Até porque, o índice de assaltos tem crescido significadamente nos últimos anos. Falar o mesmo do Piscinão seria uma boa desculpa para não os visitarem. Mas, daria outro nome a isso, como “Aversão”, um nojo por pessoas. Se for do subúrbio então essa aversão é ainda maior. Talvez, por proteção, por identificação de querer ficar com seus iguais.
Mesmo sem a presença de uma barreira física, no entanto, é evidente a divisão entre os vários tipos que freqüentam o lugar. Cada tribo tem o seu espaço, os gays no posto 9 de Ipanema, os mauricinhos e patricinhas no posto 10, os suburbanos no outro lado, de preferência longe. Agora eu pergunto, existe mesmo uma democracia na praia?

2 comentários:

  1. Acredito que não existe uma democracia nos ambientes públicos, como praças, praias, shopping, entre outros. Mesmo que as pessoas se misturam de fato, nunca haverá um contato entre ambos. E o que com certeza rolará solto serão as fofocas e os olhares de incomodo. O pior de tudo, é que é tudo uma questão de aquisição

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  2. mesmo que exista toda essa discriminação, sendo um ambiente livre ou não, é um espaço democrático sim. E é onde todos são livres pra fazer o que bem entendem.

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