domingo, 10 de abril de 2011

Sem livro na prateleira


Após um longo dia de trabalho, estudo, o que mais se quer é cair em frente à televisão, e saber quem é que vai ganhar o BBB11. Será que é o bonitão do Wesley, o Daniel ou a Maria? Será que depois de um dia denso, pegando o metrô lotado, onde dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço ainda há motivação para a leitura?
Foi pensando em tudo isso, pensando se realmente o jovem de hoje anda trocando a internet, televisão pela leitura, cheguei a simples conclusão de que no Brasil, ter a prática da leitura é perigoso. Por isso, desde a ditadura militar, o governo matou a educação, o sistema público de qualidade. Ter uma nação pensante é extremamente perigoso.
O Japão, depois do desastre de pouco tempo, o investimento não só será em estrutura, industrialização. Será em educação, de médio e longo prazo. Para que amanhã, possa colher os frutos. De uma boa política de pública de qualidade.
A ONU projeta que o Brasil seja a 5ª economia mundial no ano de 2012. Hoje ele está na 7ª posição. E isso vai afetar muito a economia, o sistema de produção, de educação. Já que desde 1832 quando de fato começou a ocupação portuguesa, o Brasil está em movimento retilíneo uniforme, inércia. É fácil lembrar que o Brasil é o eterno país do futuro, e será o eterno país do futuro enquanto não usar sua capacidade funcional. Tem setor de capacidade ociosa de 50%, e esse mesmo país do futuro está perdendo cérebro para outros países, porque aqui não se investi em educação, e muitos pesquisadores estão fazendo sucesso nos EUA, no Japão, porque lá acharam campo para exploração.
Acabar com uma nação é tirar a educação dela, a profissão mais desvalorizada é a do professor, tanto básico quanto médio e superior. A coisa que mais é desvalorizada é a educação. Basta ver os lixos que passam na TV. E foi isso que a ditadura fez, as famosas receitas de bolo nos jornais, para manter o povo sem pensar, sem questionar.
A política não se interessa por uma educação durável, por isso que vê tanto curso técnico, só para forma de sustento.E o motivo é que a classe média não pede. Se a classe média exigir uma escola pública de qualidade ela vai ter, e com relação a hospitais, transporte público.
Dinheiro tem, os impostos caríssimos estão ai para isso. A diferença, entre países como o EUA e o continente Europeu, é que lá funciona. O imposto serve para distribuição de renda. Na saúde, segurança, saneamento básico, coleta de lixo, lixo seletivo, educação pública de qualidade desde o fundamental até superior. Aqui, todo esse imposto é desviado para outros fins.
Antes, tinha o FMI para culpar, não se investia porque tinha que pagar a divida. No ano de 2005 o governo Lula pagou a divida e viramos credores. Antes a educação era ruim porque tinha o FMI, a saúde era ruim por causa do FMI. Mas e agora? Vai culpar quem? De quem vai ser a próxima teoria conspiratória?
O Brasil se ofende em saber muito, quer perder uma amizade, dê um livro de presente para alguém. O Brasil é isso, tem medo de cultura, medo de educação, tem medo de capital humano, vai sendo o eterno país do futuro, e mesmo assim vai chegar a 5ª economia mundial.
Mas, enfim, pegando um trecho da música do Gabriel Pensador:"A programação existe pra manter você na frente, na frente da TV, que é pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é você".