terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nós que aqui estamos por vós esperamos

Documentário de Marcelo Masagão, baseado no livro Era dos Extremos de Erick Hobsbawn, com a música Wim Mertens.
Marcelo teve a brilhante ideia de fazer um video com os acontecimentos mais importantes do séc. XX. Só que ele ressalta os fatos "estóricos" de pequenas vidas e histórias, pessoas que dão-lhe por inteiras a prol de uma vida melhor, de lutar por um mundo melhor de solução e principalmente de protesto. 
Nós que aqui estamos por vós esperamos na realidade é um cemitério. Marcelo passa um sentimento de revolta, um sentimento em que podemos e devemos fazer alguma coisa nobre, que realmente faça a diferença.
No entanto, não ligamos se alguém morreu em uma guerra, tinha família, uma namorada, uma importância no ciclo em que vive, simplesmente não ligamos pra quem estava lá, e morreu à favor de sua pátria, na qual realmente acreditava.
Um bom exemplo é o fictício caso do Alfaiate (1867-1911), que queria voar, e acreditava que conseguiria, portanto, jogou todas as suas fichas naquela chance, simplesmente se importando com aquele sonho, e foi, pulou da Torre Eiffel, direto por chão.
Talvez, não sejam maduros o bastante para entender a complexidade de um filme como este, com relatos que deixaram céus e Terras desnorteados. Acabando com gerações, gerações por exemplo, como a Família Jones.  Durante todo o século os "Jones" morreram em guerra "Pátria". Começando pelo Bisavó Jones (1896-1918), Avó Jones (1916-45), Filho Jones (1942) vietnã e por fim Jones Junior (1966).
Como falar em guerra e não lembrar do Alemão assombrado, Hitler, que era visto com paranoia, mau-humorado, sem mulheres e sem amigos e com um ódio mortal pelos judeus. Um homem que quase dominou o mundo, mas acabou se matando junto com sua esposa e dando veneno aos seus filhos. Contado no filme "A Queda".
Podemos lembrar também da queda da crise de 1929, em NY, Crash da bolsa, onde engenheiros viraram maçãs.
Muita coisa se fez no século XX, mulheres e homens saiam à trabalho. Como o casal Hans e Ana em 1914, ela produzia as bombas, ele as atiravam. Mas, depois elas voltaram para a casa, a cozinha, esposo, a depressão. (1914).
Talvez, uma bomba que foi produzida por Ana e atirada por Hans tenha deixado aquele homem com choque de guerra.
Há pessoas que trabalham sua vida inteira montando um "Ford", sem ao menos saber como e poder dirigir um. Os carros "Ford" demoravam cerca de 14hrs para ser produzido, a taxa de hora foi reduzida a 1:30hrs. Ele ganhava UU$200,00 e aos domingos fazia pique-nique, Alex Anderson morreu por gripe espanhola em 1919, e nem ao menos soube o que é um ford.
Coisas que acontecem no mundo desfazem as ordens natural da vida. Kato Mkto, na ficção de Masagão, é um japonês, que foi pra guerra e morreu, escreveu pedindo desculpa aos pais, por fazer com que eles passem por essa humilhação de morrer antes dos pais.
Épocas foram passando e mulheres e homens foram se tornando mais "independentes", sutiã ao fogo, direito a voto sem saber que o voto é um grande inimigo.
Houve grandes homens, como o "Che", um guerreiro, além de ser lindo, lutava com todos as forças para mudar.
Mudar como o Chinês Chen Yat-Sen 1989, que na praça da república conseguiu parar os tanques. Não saiu na frente, até eles recuarem. Também o monge que tacou fogo em si próprio em protesto da guerra do vietnã. Homens trabalhando no metro 8hrs e muitos bigodes. Na Argentina 1983, um homem apertando parafusos, outros cigarros e telefonistas.
Enquanto em 1500, estava havendo revoluções no mundo, Brasil ainda estava com Tanga, dormindo em tenda, em quando só havia Índio fudido, a população brasileira teve um aumento significativo, com negros e putas, e outros senhores feudais. Criando cidades totalmente sem planejamento, fazendo mais favelas, "divisões sociais", enchentes, degradação ambiental e tantas outras coisas que fazem Brasil ser diferente.de outros países.
Bolívia 1994, um Senhor nunca ter visto uma televisão e gostar de coca-cola. Brasil 1993, Senhor Lucilino Silvio ver a primeira televisão a cores e milhares junto com ele.
Será que realmente existe um "ser superior", que assiste a todo esse espetáculo de braços cruzados. Vendo pessoas inocentes morrendo. Será que esse é o destino deles? Morrer sem ter um Ford, fazendo bombas, protestando, com choque de guerra?
Com esperança até na morte, esperança em um prato de comida, uma carta e na morte.
Nós que estamos no cemitério esperamos vocês que ainda estão a fazer alguma coisa que realmente valha  a pena.
Na mensagem que ele nos tráz, nos inúmeros acontecimentos de nossa história... De como pessoas dedicam suas vidas naquilo em que acreditavam e em alguns casos, entregaram-se literalmente... Sendo assim, penso no sentido de tudo isso que passamos por aqui e o que de fato deixamos?
Essa geração que está ai pouco se importa com o que acontece ao seu redor... Extremamente alienada, consumindora e vivendo dia após dia, sem pensar nos desdobramento. Geração essa a minha que tem achado tudo meio vazio e sem sentido, numa fase meio niilista.

2 comentários:

  1. Faz esse artigo pensando em valorizar o cinema nacional e colocando fatos que passam despercebidos muitas vezes. E que através do filme, pude perceber, e espero que quem leia, perceba também, torço por isso.

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  2. A origem desse texto foi por causa do nosso professor Fred. Ele é cheio de fazer com que escrevemos escrevemos e escrevemos mais e mais...Ai surgiu o artigo e o blog.

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